Histórico
Estabelecidos por decreto desde 1931 no Brasil, ainda que de forma descontínua, suas origens na verdade remontam à Inglaterra do ano de 1907. Foi lá que um construtor londrino, membro da Sociedade Astronômica Real, chamado William Willett (1865-1915) deu início a uma campanha para diminuir o consumo de luz artificial ao mesmo tempo que estimulava o lazer dos britânicos. Num panfleto de 1907 intitulado "Waste of Daylight" (Despedício de Luz Diurna) Willett propôs avançar os relógios em 20 minutos nos domingos do mês de abril e retardá-los a mesma quantidade nos domingos de setembro.
As polêmicas surgiram ali mesmo. Especialmente entre os fazendeiros, que têm que acordar com o Sol não importa que horas marquem os relógios. Willett não viveu o suficiente para ver sua idéia colocada em prática. O primeiro pais a adotar o horário de verão acabou sendo a Alemanha, em 1916, seguido pela Inglaterra.
O horário de verão foi criado na Inglaterra, mas foi implementado primeiro na Alemanha.
Era a Primeira Guerra Mundial. A economia de energia foi considerada um importante esforço de guerra, diminuindo o consumo de carvão, principal fonte de energia da época. A medida foi seguida por outros países europeus. Os Estados Unidos o adotaram em 1918, junto com seu sistema de fusos horários. Foi difícil, mas os americanos acabaram se acostumando, pois lá o horário de verão reduz as zonas horárias de quatro para duas.
O princípio continua o mesmo: adaptar nossas atividades diárias à luz do Sol. Nos meses de verão o Sol nasce antes que boa parte da população tenha iniciado seu ciclo de trabalho. Assim, se os relógios forem adiantados durante esse período, a luz do dia será melhor aproveitada, e as pessoas passarão a acordar, trabalhar, estudar, consumir energia, enfim, em melhor consonância com a luz solar.
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E o Brasil?
Nos países equatoriais (cortados pela linha do equador) e nos tropicais (aqueles situados entre o Trópico de Câncer e o Trópico de Capricórnio), a incidência da luz solar é mais uniforme durante todo o ano e dessa forma não há muitas vantagens na adoção do horário de verão. Nesses casos a economia de energia, embora existente, não é tão significativa se comparada aos transtornos causados ao relógio biológico da população.
No caso do Brasil – único país equatorial do mundo que adota o horário de verão – verifica-se economia de energia no Rio Grande do Sul, cerca de 5% de redução da demanda integrada durante o consumo de pico (e por estar este Estado inteiramente abaixo do Trópico de Capricórnio), assim como nos demais Estados da região Sul e Sudeste (pelo significativo consumo frente à média nacional).
Porém, nos Estados da região Nordeste e, principalmente, da região Norte, a variação de luz solar anual é insignificante. Isso sem mencionar o fato de que, como as estações são opostas em cada hemisfério da Terra, nos quase 10% de terras brasileiras acima do equador em vez de verão temos inverno!
Dia de 25 horas
Sempre que começa um horário de verão, isto é, quando se subtrai uma hora do dia, adiantanto os relógios em uma hora, causamos um desconforto físico (por afetar o relógio biológico) e psícológico (por causar a sensação de perda de tempo). No dia em que ele termina, ao contrário, temos essa hora que nos foi tomada de volta e a ilusão de um dia com 25 horas.
É uma ilusão porque na verdade estamos apenas nos reajustando à natureza. Depois que o horário de verão se vai os fenômenos celestes voltam a coincidir com o dia solar, de 24 horas, que se não é extremamente preciso pelo menos é o mais próximo daqueles a que estamos acostumados, há milhões de anos.
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