Depois que saiu da Colina, no início de 2000, a carreira não alavancou. Passou por Naútico, Libertad-PAR, América-RJ, Americano-RJ, Remo, XIII de Campina Grande até chegar ao Casemiro de Abreu-RJ, onde, em 2007, aos 31 anos, decidiu parar. Os problemas físicos, como uma tendinite crônica no joelho, e os atrasos constantes de salários o fizeram procurar outro rumo. Aí, o comércio informal apareceu em sua vida.
Fabrício ainda tem contato com ex-companheiros como Alex Pinho, Brenner, Azul, Pimentel e Pedrinho, mas futebol agora só nas peladas com os amigos, duas vezes por semana, com a preocupação única de se divertir e manter a forma, que está longe de ser dos tempos de profissional.
- Fui ficando mais velho e as coisas não foram acontecendo. Jogar em time pequeno é complicado, às vezes o mês tem 90 dias - contou.
O caminho até a Uruguaiana foi mostrado por Jorge, ex-companheiro no Casemiro de Abreu e que atualmente é vice-presidente do mercado popular. O início na nova vida não foi fácil para um atleta que estava acostumado com uma rotina bem diferente. Não tenho vergonha do que faço atualmente. Pago as minhas contas. Teria vergonha se estivesse no tráfico. "
- Devo muito a ele (Jorge), que foi um irmão. No começo foi complicado. Eu estava acostumado com uma rotina de treinamentos. O tempo de trabalho era bem menor. Hoje em dia sinto falta até da concentração (risos) - disse o volante, que no Casemiro de Abreu atuou ao lado de outra promessa vascaína que não se firmou, o atacante Brenner.
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- Não tive cabeça, apesar dos meus pais me orientarem. Gastei em farra, noitadas... Nunca usei droga, mas cheguei a beber em excesso. Hoje, com minha maturidade, não faria de novo. O dinheiro vai acabando e depois você vê o quanto gastou. Quando era solteiro, gastava muito dinheiro mesmo. Ter um padrão de vida alto e cair tão rapidamente não é fácil, fiquei um pouco em depressão.
Quando a época não era mais de fartura, ele viu muitas pessoas que se diziam amigas sumirem rapidamente.
- Quando eu estava na mídia, tinha muitos amigos. Mas hoje sei quem são os verdadeiros.
As lembranças de um passado cheio de conforto estão na casa dos pais, em Campos, no norte do estado do Rio. Lá estão guardadas as camisas dos clubes, medalhas, faixas de campeão e fotos histórias. No acervo há também um uniforme do River Plate, trocado no histórico jogo da semifinal da Libertadores, no estádio Monumental.
Mas muitos objetos acabaram sendo destruídos em uma terrível enchente que castigou a cidade do norte fluminense em 2006. A casa foi inundada e castigada com a força da água, que afetou, principalmente, o bairro da Pecuária, onde os pais do ex-atleta moram.
Fabrício, aliás, tem uma relação de muito carinho com a cidade onde nasceu. Depois de encerrar a carreira, ele chegou a disputar uma liga amadora do município pelo Força Verde, time onde já havia jogado quando criança. Marcou o gol do título da Liga Campista 2007.
O pai Roberval Alves, de 57 anos, contou que seu filho preferiu gastar dinheiro com coisas supérfluas a tentar garantir seu futuro.
- Em 97, quando ele foi campeão brasileiro, falamos para ele comprar um terreno ao lado da nossa casa. Só de bicho, ele ganhou cerca de R$ 90 mil. Imagina quanto isso não valia naquela época. Mas Fabrício não quis, comprou um carro, começou a gastar dinheiro no Rio com mulher e bebida. Foi tudo embora - disse Roberval.
- Ele foi infantil. A fama não podia subir à cabeça. É uma boa pessoa, bom filho. Não é dizer que gastou tudo, ele não teve oportunidade. Foi desanimando com o tempo. Às vezes ia para o banco, às vezes nem ia, e isso atrapalhou muito na carreira. Fabrício sempre falava que ia chutar o balde. Eu dizia que tudo bem, que ele nunca ia deixar de ser o meu filho - disse Dona Guionedir.
Mas se engana quem pensa que o ex-volante se sente diminuído por trabalhar atualmente como camelô. Após um período difícil, Fabrício aceitou a nova vida e hoje se sente feliz na nova atividade, que lhe permite viver com dignidade e criar os dois filhos, Eduardo, de dez anos, e Yasmin, de dois. Ele mora em São Cristóvão.
- Não tenho vergonha do que faço atualmente. Pago as minhas contas. Teria vergonha se estivesse no tráfico. Tenho o maior orgulho de ser camelô. Estou feliz no mercado, trabalho e não faço mal para ninguém. No mercado tem ex-presidiário, ex-prostituta... Tem espaço para todos trabalharem com dignidade.
perna de pau,e bichado não pode jogar futebol mesmo, se tiver ganhado dinheiro e ta trabalhando como camelô é porque gastou tudo na putaria, tem é muitos por ai o muller mesmo é um deles comeu todas as mulheres que quis, gastou tudo na farra agora tá pedindo ajuda prá não passar fome, antigamente passava por cima de todo mundo tinha dinheiro, agora tá na merda, mas não desce do salto...
ResponderExcluirUm dia por cima e no outro...
ResponderExcluirMas o cara é homem e continua trabalhando de maneira digna.